SINDISETO e servidores da Saúde em greve denunciam “série de arbitrariedades” da administração Daniel Sucupira
Além de avaliar o movimento grevista, a Assembleia dos servidores da Saúde de Teófilo Otoni, realizada na manhã desta terça-feira (31 de maio), serviu para denunciar uma “série de arbitrariedades” que vem sendo cometidas pela administração do prefeito Daniel Sucupira (PT), com relatos de retaliações, cortes indevidos de direitos adquiridos, falácias, ameaças, demissões e ainda avisos velados de novas dispensas – ou seja, um clima de terror implantado por alguém que, na percepção geral, se acha o “todo poderoso” dono de Teófilo Otoni, mas que na verdade é apenas um “administrador” com práticas antissindicais e ultrapassadas, rancoroso e avesso ao diálogo.
As retaliações ao movimento grevista incluem demissões de seis profissionais contratados da UPA (três médicos e três enfermeiras) – e ameaças de mais dispensas de grevistas. “Existem boatos de que a Prefeitura deixaria de gerenciar o Hospital Municipal Raimundo Gobira e a UPA, passando as unidades para a iniciativa privada, mas os trabalhadores presentes na Assembleia acreditam que isso seja uma falácia, mais uma maneira de coagir os servidores”, contou o presidente do SINDISETO, Alano Gomes. “Há relatos também de trabalhadores que estão sendo ameaçados de transferência, tão logo a greve acabe”, completou o sindicalista.
As atitudes ditatoriais da Prefeitura também atingem os diretores do Sindicato, já que todos aqueles que fazem jus a insalubridade tiveram esse direito cortado, equivalendo a uma perda entre 20 e 40% dos salários, já a partir do próximo mês – uma retaliação indevida e ilegal pois a Lei Orgânica do Município garante que o servidor em mandato classista tem esse direito.
O diálogo foi buscado pelo Sindicato e pelos servidores em diversos momentos. A última tentativa nesse sentido foi na semana passada, quando uma comissão procurou a Câmara Municipal, em busca da intermediação dos vereadores para a abertura de um canal de conversas com o Executivo. Em vão: os vereadores Lidiomar “da Saúde” de Souza (PT) e Eliane Moreira (PT), ambos da base política do prefeito, receberam a Comissão mas ela afirmou que não há previsão de dia e horário para que Daniel Sucupira receba o Sindicato.
Diante desse quadro, os servidores resolveram, em votação, continuar a greve, condicionando um possível fim do movimento à abertura do diálogo e a uma proposta satisfatória. “O Sindicato fará questão absoluta de reverter todas essas decisões retaliatórias e arbitrárias da Prefeitura. Será um primordial ponto de pauta nas mesas de negociações futuras”, avisou Alano Gomes.