SINDISETO reafirma à população os motivos da greve dos servidores
Nesta segunda-feira (21 de março), quarto dia da greve dos servidores públicos municipais, o presidente e o vice-presidente do SINDISETO, Alano Gomes e José Antônio Esteves Guedes, reafirmaram para a população de Teófilo Otoni os motivos da paralisação. O veículo usado foi o programa Encontro Marcado, da Rádio 98, apresentado pelo radialista Aníbal Gonçalves. “Sabemos que uma greve é uma situação muito triste. Ninguém gosta de buscar seus direitos paralisando suas atividades e atrapalhando o cidadão que paga seus impostos, mas o Sindicato vem buscando há anos um diálogo com a Prefeitura, no intuito de resolver o impasse”, afirmou Alano Gomes durante a entrevista, que durou cerca de uma hora. “A greve se fez necessária e a culpa é do prefeito Daniel Sucupira, que é um ditador”, completou José Antônio Esteves, que detalhou o “estilo” da Administração Municipal no quesito desrespeito ao Sindicato, a entidade que representa legitimamente os trabalhadores: “O diálogo é impossível. Quando acontece alguma reunião, são encontros com duração pré-estabelecida. 45 minutos. E nada sai de produtivo por parte deles. É pura perda de tempo”.
No Programa, os sindicalistas desmontaram possíveis argumentos da Prefeitura para não atender às justas reivindicações dos trabalhadores. “Não é verdade que a arrecadação da Prefeitura caiu. Pelo contrário, vem subindo ano a ano, apesar da pandemia, e em 2021 chegou a ser de R$ 492 milhões. E o mais importante: o gasto com o pessoal é de 39%, muito aquém do limite prudencial previsto em Lei, que é de 54% – E esses índices, parte da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) são sempre citados pelos gestores como ‘desculpa’ para não conceder reajustes”.
A greve é por direitos básicos (revisão salarial anual, prevista em Lei, e Piso Salarial do Magistério, conforme legislação vigente), mas os diretores do SINDISETO fizeram questão de lembrar também as péssimas condições de trabalho atuais. “São as piores possíveis. Não se tem nem cadeiras decentes nos locais de trabalho. No Hospital Municipal Dr. Raimundo Gobira não há sequer uma proteção no caminho para a área de descanso e na Educação, os professores tem que pagar do próprio bolso cópias de textos para os alunos, o cafezinho e – caso extremo – os que trabalham no Brejão pagam o transporte para o serviço”, exemplificaram.
Por fim, Alano Gomes apresentou um balanço da greve, com adesões bastante significativas na Educação e na Saúde, e informou que todas as medidas legais e burocráticas foram cumpridas pelo Sindicato (como, por exemplo, a escala de 30% de servidores na Saúde), tudo para que a população não seja prejudicada. E José Antônio Guedes fez um apelo aos servidores: “Não desistam da nossa greve. É nossa última chance. Quem não aderiu ao movimento que o faça e nos ajude a lutar contra uma defasagem salarial de 51%”.
Na foto 2, os diretores do SINDISETO com Aníbal Gonçalves (aniversariante do dia) e a professora da rede municipal de ensino Karina Lopes.